segunda-feira, 26 de abril de 2010

1º dia Dragão Fashion

Pois bem queridíssim@os, começou o Dragão Fashion e lá estávamos nós querendo ver todos os desfiles, porém a falta de organização do evento acabou cansando e desestruturando a imprensa responsável pela cobertura e o arsenal de blogueiros ávidos por ver cada desfile do melhor lugar possível. Pra vocês um resuminho sobre o que a gente viu nas passarelas:

A Jolie, Jolie! começou seu desfile com versos de Adriana Calcanhotto anunciando a homenagem à Frida Kahlo, com direito à monocelha e tudo que remetesse ao México e à artista. As menininhas da Jolie são antenadas, modernas, com roupas de criança e tem atitude. Os tons começam pastéis com alguns toques de vinho e vermelho, depois de um pouco de floral chega o streetwear da marca com um jeans levinho, lavagem tie-dye e uma modelagem ousada pra crianças de todas as idades. Muito floral, sobreposições, rendas, bicos e babados. A estamparia privilegiou os temas da artista, borboletas, caveiras, flores.



Iury Costa conseguiu criar de novo clima pro desfile. Se no ano passado estava angustiante e melancólico esse ano foi rápido e intenso. A modelagem e os tecidos tinham tudo de futurista. Muitas transparências e destaque total para as leggings recortadas e o corte a laser nas sobreposições de preto. A regra foi: modelagens amplas sobre leggings e segundas peles contrastando, o que também aconteceu com o surgimento de alguns tricôs na passarela. Mas quando a estamparia digital de pixels aparece jogando cor nas roupas o desfile sai dos moletons para tecidos leves e transparentes que começam a surgir dando o movimento e acompanhando a intensidade e rapidez do tema.


Mark Greiner demora a começar, mas sempre é promessa de puro conceito. O início transporta o público pro clima do desfile, rapazes com calças douradas traziam lâmpadas para criar o caminho da passarela. Modelos extremamente elaborados começam a surgir. As roupas trazem um clima meio bandagem e muito drapeado, ambas as texturas combinaram com os efeitos degradês de várias peças do desfile. As cores partiram de um preto e nude para o azul e coral, muitos intensos. Os macacões se repetiram com recortes e texturas variadas, os ombros são arquitetônicos e acompanham os quadris esculpidos e os trabalhadíssimos vestidos feitos com rosas de organza. Para finalizar um cisne na passarela traz o desfile pro branco, mas sem perder o brilho de aplicações que apareceram nos tecidos, broches e bordados de todas as peças e nas sandálias enfeitadas com correntes e guizos.




Vitorino Campos foi uma grata surpresa. Estreante no evento ele fez algo difícil, trouxe conceito através de peças elaboradas, mas cheias de simplicidade. Os looks totalmente monocromáticos começam com uma série de vestidos brancos que dão lugar às camisas, calças e saias de alfaiataria. A mulher que veste Vitorino Campos é sóbria, andrógina, dramática (vide a trilha sonora e a luz), forte e ousada, pois aposta em transparência e numa sequência inteira de rosas em cetin e tafetá. O desfile acaba com looks inteiramente pretos e as modelagens e texturas se repetem, cordas criam detalhes nos ombros e no colo. Cintos feitos com visores de relógio enfeitam os looks e marcam a cintura dessa figura tão bem resolvida e tão bem representada ao longo do desfile.

Mário Queiróz promoveu um encontro bem sucedido entre o underground londrino e a sobriedade dos lords ingleses. Os moletons e as calças se repetem ao longo do desfile dentro de uma cartela de cores reduzida e estampas geométricas que desconstroem a bandeira da Inglaterra. A alfaiataria aparece na construção de coletes e ternos que ganham irreverência na escolha de cores e no uso do xadrez. A mistura das referências aparece em bottons sobre coletes bem cortados, jeans com risca-de-giz, moletons em matelassê sobre sungas coloridas e cardigans com calças de modelagem ampla.



O último desfile que vimos foi o da Handara, com a coleção Habitat, e aqui percebemos o que um styling competente faz. Todo o conceito conseguiu ser traduzido nas peças extremamente comerciais da marca, tudo graças à manipulação eficiente do tema e das roupas. A natureza, o selvagem, o nomadismo apareceram nas amarrações, nos lenços, nas sobreposições, nos nós, no jeans sujo e detonado da coleção. O desfile trouxe sobreposições de peças rasgadas, leggings metalizadas, florais, meias estampadas em devorè, tie-dye, até mesmo ombreiras e uma estamparia competente no jeans e na malharia. A coleção não vai chegar desse jeito às araras, mas se mantivermos as devidas proporções, deu pra ver que a marca segue um caminho próprio dentro de um evento que estimula o conceito, vide Colcci e SPFW. Não se pode condenar, achei que a proposta mais comercial estava lá, mas houve preocupação em dar impacto e conceito pra coleção, competentíssimo o trabalho de styling do desfile da Handara.
por Davi & .Nágila.
fotos por Roberta Braga



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